Microcontos 41 a 46


Zizi, a boneca de minha Mãe, tinha rosto de porcelana, olhos azuis, laços no cabelo em cachos e os braços estendidos numa eterna espera de agrados.

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O gato, um olho aberto outro fechado, parecia ausente, Tia Micas estranhando o silêncio na casa correu para a gaiola onde já não havia canário.

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Nos céus de São Paulo dois helicópteros pairam sobre a cidade enquanto uma garça, silenciosa e branca, voa veloz arrastando o meu olhar.

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Na casa em frente mora um cão rabugento. Corre e ladra até se engasgar, impotente perante os cachorros que arrastam felizes os seus donos.

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Do baú cheio de fotografias antigas vem um cheiro de alfazema que lembra sedas e saias compridas. Apetece-me ouvir "Pavana para uma infanta defunta".

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Na pressa de ir para o baile a prima Judith calçou um sapato preto outro castanho. Passou toda a noite sentada com os pezinhos debaixo da cadeira.



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