Microcontos 21 a 30


Casa abandonada, poucas pessoas a olham de frente, apressam o passo como diante da Velha que nem estende a mão, apenas está, dentro de seu passado.

• • •

A mulher careca escolheu a sua mais deslumbrante e loira peruca passou baton e rímel e foi assistir ao velório da amiga.

• • •

De noite, sozinho na cama, ele sonhava que subia, descia e se perdia entre luxuriantes montes de Montes de Vênus.

• • •

Depois de pintar as sobrancelhas ralas, Dona Aurélia, traçou na cabeça um risco ao meio. e chamou a criada para lhe emprestar as suas tranças.

• • •

Abriu as janelas, retirou os panos que cobriam o espelho, sentou-se ao piano jogando o cabelo para trás e tocou um Alegro ma nom tropo.

• • •

O mendigo esticou a perna e fez cair D. Amélia sobre o cão que ganindo saltou sobre o pedinte, espalhando o ganho do dia pela rua. Ela seguiu feliz.

• • •

Elegante D. Ema regue batuta em punho o orfeão da escola. No gesto largo o colar de pérolas solta-se como lágrimas. As alunas festejam a aula acabada.

• • •

A ambulância corria louca pela cidade gritando passagem. O balão de soro seguiu o ferido porta fora,.naquela noite de luar.

• • •

Arranjando as unhas do deputado recém eleito, Betinha sonha com praias e palmeiras enquanto sorri promissora, tentando esquecer a verruga no nariz.

• • •

Tomé afastou a feijoada onde dois ovos o olhavam lembrando a galinha roubada à vizinha que saíra gritando pelada a meio da noite. Belos ovos suspirou!



MICROCONTOS
Voltar