| Homem cidadão da Terra 
Aqui estou,de ti sou e vivo,
 planeta encantado
 de azul vestido.
 
 Pelas tuas areias corro
 e nado nas tuas veias.
 Por montes e vales sigo
 embalado pelo vento
 escutando de teus pássaros a música
 e o som das árvores e ervas brotando.
 
 Aqui estou,
 te percorrendo em mil sentidos
 e descobrindo teus caminhos.
 Terra
 quantos rostos, quantas vozes
 quantas vidas e mistérios
 há em teus mares e continentes...
 
 Julguei que do universo eras o centro
 e, bem no meio, era aí o meu lugar.
 Levei séculos a somar descobertas
 e enganos, pensando-te só minha:
 assim te usei, gastei e deformei
 arrogante do meu ser
 ignorando os outros seres.
 
 Aqui estou,
 como de um sonho acordado
 procurando a perdida harmonia.
 
 Oh, planeta encantado
 quase de azul despido,
 de minhas mãos e braços
 nã;o mais receias atos de desvario.
 
 Que os animais dos bosques não fujam
 quando meus passos ouvirem
 e os golfinhos voltem saltando
 como se entendessem meu grito
 de irmão, de Homem,
 cidadão desta Terra não só minha!
 
 
 |